✍️ Redação Trilhos do Rio, com informações do Diário do Rio
📅 03/06/2025
🕚 23h11
📷 Wikipedia
Um estudo técnico contratado pela Rock World, empresa responsável pela organização do Rock in Rio, prevê um conjunto de intervenções urbanas e de mobilidade na região da Barra da Tijuca, com investimentos estimados em R$ 2,9 bilhões. O documento, divulgado pelo caderno da Barra, do jornal O Globo, detalha as obras necessárias para viabilizar o projeto Imagine, empreendimento anunciado para o Parque Olímpico, que reúne propostas nas áreas de lazer, cultura e negócios.
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Entre as intervenções planejadas estão obras viárias como mergulhões, pontes, passarelas e a expansão da malha de transporte público, incluindo a implantação de um VLT na região. Apenas os projetos na Avenida Abelardo Bueno, que preveem a construção de túneis nos cruzamentos com as ruas Coronel Pedro Corrêa e Imperatriz Leopoldina, estão orçados em R$ 319,3 milhões. Também faz parte do plano a construção de uma ponte estaiada sobre a Lagoa de Jacarepaguá, equipada com estrutura para o VLT, ao custo de R$ 731,2 milhões.
O item de maior peso financeiro no estudo é a implantação de um novo ramal de VLT entre a Cidade das Artes e a estação do BRT Transolímpica, estimado em R$ 994 milhões. Há ainda uma ligação adicional por VLT entre o metrô Jardim Oceânico e a Cidade das Artes, calculada em R$ 519 milhões. Outro projeto incluído é o desenvolvimento da chamada Via 4, que inclui ciclovia, passeio para pedestres e urbanização do canteiro central, com custo previsto de R$ 170 milhões.
A Rock World esclarece que, embora tenha contratado o estudo, não será responsável por financiar as obras de infraestrutura externa. A empresa informa que sua atuação está restrita à implementação do complexo Imagine, e que o levantamento técnico tem como objetivo subsidiar o poder público e estimular a participação de investidores e operadores privados na realização das intervenções necessárias.
O projeto foi tema de uma reunião técnica realizada na Câmara dos Vereadores na última terça-feira. O encontro ocorreu após uma audiência pública considerada insatisfatória por parte dos parlamentares. O vereador Pedro Duarte (Novo), presidente da Comissão de Assuntos Urbanos, reconheceu que a proposta representa uma oportunidade econômica relevante para a cidade, mas destacou que a região enfrenta problemas históricos relacionados à mobilidade, questionando qual será o papel da prefeitura na implementação das soluções propostas.
As discussões sobre o tema acontecem no momento em que o Projeto de Lei 169/2024, que institui a Operação Urbana Consorciada (OUC) do Parque Olímpico, se aproxima da votação. A OUC permite, entre outras medidas, a transferência de potencial construtivo da área para outros locais da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, o que viabilizaria legalmente a implantação do complexo Imagine.
Desde os anos 2000, a região do antigo Autódromo de Jacarepaguá, atual Parque Olímpico, tem passado por um processo acelerado de transformação urbana, impulsionado por empreendimentos residenciais como o Rio 2 e, posteriormente, pelas obras de mobilidade relacionadas aos Jogos Olímpicos. Oficialmente desvinculada da região da Curicica desde o ano anterior, a chamada Barra Olímpica se tornou um dos vetores de crescimento imobiliário, embora a infraestrutura urbana não tenha acompanhado na mesma proporção esse processo de expansão.
O projeto Imagine, segundo a Rock World, prevê a criação de um polo permanente de entretenimento, que incluirá resort, parque temático, arenas, espaços culturais e um teleférico interno. A empresa argumenta que a implantação desse empreendimento deve atrair investidores e operadores logísticos para a região, com a perspectiva de que parte das melhorias urbanas se concretize paralelamente à construção do complexo. A inauguração, inicialmente prevista para o início de 2028, poderá ser adiada devido à demora na tramitação e aprovação do Projeto de Lei.
A Prefeitura do Rio informou que as propostas contidas no estudo estão sob análise técnica e que a votação do PL 169/2024 depende de ajustes que ainda serão discutidos com o Legislativo nos próximos dias.
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