✍️ Redação Trilhos do Rio
📅 10/02/2025
🕚 05h32
📷 Material rodante abandonado em Guapimirim, Daddo Moreira 2016
───── INÍCIO DA PUBLICIDADE
───── FIM DA PUBLICIDADE
A prefeita de Guapimirim, Marina Rocha, não poupou críticas ao serviço da Supervia, responsável pelo transporte ferroviário de passageiros na região metropolitana do Rio de Janeiro. Em um desabafo nas redes sociais, a gestora revelou os sérios problemas que afetam a população local, como a falta de manutenção nas estações e trens, o mato tomando conta das áreas públicas, além dos vagões abandonados, enferrujados e alagados, que se transformaram em abrigos para ratos e transmissores de doenças, como o mosquito da dengue.
“Isso é uma vergonha! A Supervia não demonstra o menor compromisso com aquilo que é de sua responsabilidade. Eles tentam enganar a população, fazendo parecer que estão prestando um bom serviço, mas a realidade é bem diferente. As estações estão abandonadas, sem qualquer cuidado, e a segurança durante o trajeto é praticamente nula”, desabafou Marina em um vídeo publicado em suas redes sociais.
A prefeita também mencionou a falta de apoio logístico e a precariedade na sinalização das passagens de nível, o que coloca em risco a segurança dos usuários. Ela destacou que, embora a prefeitura tenha tentado, com ações isoladas, melhorar as condições do transporte, como a limpeza das áreas, as tentativas foram infrutíferas, já que a responsabilidade pela infraestrutura cabe à Supervia.
“Sempre que tentamos fazer alguma coisa, dizem que não podemos. Chega! O povo de Guapimirim não pode mais continuar sofrendo com isso”, afirmou a prefeita, visivelmente indignada.
Vejam abaixo o vídeo:
Ver essa foto no Instagram
Na internet, a reação à manifestação da prefeita foi ampla e dividida. Muitos internautas defenderam a prefeita e expressaram apoio ao seu posicionamento, concordando que a população da cidade merece um serviço de transporte de melhor qualidade. Por outro lado, houve também preocupações entre alguns cidadãos, especialmente com relação a uma possível desativação do ramal: segundo alguns comentários, a preocupação remonta a situações anteriores, quando a prefeitura demonstrou interesse nos terrenos ferroviários da Supervia para projetos de urbanização e outras finalidades. Tal movimento gerou receios de que a pressão pela melhoria do serviço ferroviário pudesse, na verdade, ter motivações secundárias relacionadas ao aproveitamento desses terrenos para outros fins, com a extinção do trecho.
Por outro lado, nem o Governo do Estado e nem sua Secretaria de Transportes se manifestaram sobre o desabafo da prefeita. Cabe lembrar que o atual secretário prometeu por mais de uma vez melhorias no sistema, indicando inclusive que a aquisição de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) estaria sendo efetuada, mas até o momento a operação ferroviária, tanto na extensão Guapimirim quanto na de Vila Inhomirim, permanece da mesma forma: poucos horários, circulação com sinalização manual, e com locomotivas com quase 70 anos de idade e carros de passageiros cinquentenários.
A Supervia, por sua vez, reagiu às críticas, lamentando que a prefeita tenha escolhido as redes sociais como meio de manifestação, em vez de utilizar os canais institucionais estabelecidos. A empresa afirmou que segue comprometida com a melhoria do serviço e convidou Marina para visitar o Centro de Controle Operacional e conhecer a equipe responsável pela operação ferroviária, que transporta diariamente mais de 320 mil passageiros. A concessionária também mencionou que, caso receba uma notificação oficial sobre as denúncias, tomará as providências necessárias.
Enquanto isso, a população de Guapimirim continua a viver com os desafios diários impostos pela falta de manutenção e melhorias no transporte ferroviário, aguardando que, finalmente, o governo e a Supervia cumpram as promessas feitas e tragam as mudanças que a cidade tanto precisa.
Classificação média