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✍️ Mozart Rosa
📅 18/01/2025
🕚 11h55
📷 Capa: Imagem gerada por inteligência artificial (Bing Create Image)




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Hoje o site Trilhos do Rio vai investir em uma nova atividade: contos “infantis” (ok, com fortes doses de ironia) mas sempre com o tema mobilidade. Esperamos que todos gostem.

Bem vindos a mais um artigo exclusivo do site Trilhos do Rio. Agradecemos a visita e desejamos a todos uma excelente leitura!

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Aproveitamos, junto com esse primeiro conto, para falar sobre o primeiro projeto de Trem Bala no Brasil, ainda no Governo Figueiredo.

Essa postagem será dividida em duas partes. Na primeira parte falaremos das origens históricas do Trem-Bala no Brasil, na segunda mostraremos esse maravilhoso conto infantil.

Primeira parte: A História do Trem Bala no Brasil

Antes de contarmos a fantástica história de D. Gilma e de seu filho Irineu, personagens fictícios, vamos contar a história dos primórdios da proposta do Trem-Bala no Brasil que começa no Governo Figueiredo, época da RFFSA e do monopólio estatal nas operações ferroviárias, monopólio esse, até hoje não devidamente explicado e que muito atrasou e prejudicou as ferrovias no Brasil.

Alguém já viu nos filmes policiais aquela frase “siga o dinheiro”? Pois é, essa frase nada tem de fantasiosa. É assim que muitos crimes são solucionados, sigam o dinheiro. No caso da proposta do Trem-Bala, no Governo Figueiredo, era só seguir quem se beneficiaria com esse investimento milionário.

Nunca se teve a real intenção de construir nada que funcionasse, o objetivo sempre foi a licitação e os lucros que isso traria a quem a controlasse. Figueiredo, que de bobo não tinha nada, sabia disso e cozinhou o quanto pode qualquer iniciativa mais plausível de torrar dinheiro público nesse sonho.

João Figueiredo: biografia e governo - Toda Matéria

O jornalista Paulo Figueiredo deve ao Brasil uma boa biografia de seu avô, pois muita coisa que o ex-presidente João Figueiredo viveu com a imprensa encontra enormes similaridades com o que viveu o ex-presidente.

Recentemente tivemos aqui no estado do Rio de Janeiro outra proposta, de alguns grupos, cujo interesse era simplesmente se locupletarem com as licitações, onde os famosos Idiotas Uteis, citados por Olavo de Carvalho, tiveram ação decisiva, quando nas audiências públicas desencavaram leis que ninguém lembrava.

Durante às audiências públicas, por exemplo, para viabilizar a construção da ferrovia EF-118, com seus projetos e posteriores obras, um ecologista de apartamento, municiado por algumas pessoas não muito idôneas, fez questionamentos sobre o traçado, apresentando essa lei esquecida, e graças a isso fez o projeto da ferrovia contornar a reserva de Poço das Antas e, posteriormente, muitas outras áreas, multiplicando o custo da obra por seis ou mais. Afinal, o pobre do mico leão dourado deve ser surdo para não ouvir uma locomotiva barulhenta muito maior do que ele chegando, e poderia talvez se sentir incomodado, precisando quem sabe de Rivotril ou terapia, afinal poderia se sentir uma vítima. Personagem perfeito para os programas de TV diurnos, com um psicólogo “especialista” explicando os traumas causados no mico leão por ouvir o trem chegando.

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O idiota útil, por definição, é idiota demais para saber que é útil e quem o utiliza.... Frase de Olavo de Carvalho.

A obra teve seu custo tão aumentado por conta dessa lei desencavada que acabou praticamente a inviabilizando. Os mentores dessa lambança que comemoraram, na época, o aumento descomunal nos preços da obra, pensando no que iriam conseguir arrecadar, hoje devem estar arrependidos de terem municiado nosso amigo idiota útil com informações que eles sabiam que seriam usadas.

Abaixo vídeo do gênio Chico Anisio, com Jô Soares, criticando esses ecologistas de apartamento, que fazem muito barulho, mas pouco conhecem da realidade.

Vamos agora em nosso conto “infantil”, falar da D. Gilma e de seu filho Irineu que, como já dissemos, são personagens fictícios.

Segunda Parte: As Aventuras de D. Gilma e de seu filho Irineu

D. Gilma era uma Sra. viúva de posses, muito conhecida na cidade em que vivia, e tinha um filho, o Irineu, que era seu único filho e, como todo filho único normalmente é, muito mimado e ao extremo.

Irineu foi um dos únicos meninos da cidade a fazer uma faculdade, mas nunca trabalhou, orgulho da D. Gilma. Irineu era um sonhador, D. Gilma satisfazia a todas as suas vontades, Irineu nunca teve nem mesmo uma barraquinha de cachorro-quente, para trabalhar. Acabou fazendo uma faculdade, que nada acrescentou na sua vida, a não ser o diploma.

Mas era um homem de sonhos, vivia tendo ideias, uma delas era reunir vagalumes e usá-los para iluminação pública. Outra ideia era a reconversão das fezes para torná-las novamente alimentos. Outra ideia foi projetar um sistema de construção de casas começando pelo telhado. Pesquisou também novos alimentos para aranhas, de forma que, fortalecendo os fios de suas teias, elas pudessem ser usadas na tecelagem de tecidos. Fracassou em todas as empreitadas.

Embora nunca tenha estudado medicina, pensou em um novo método de cura para problemas intestinais, onde inseriria, no paciente, um fole. Sim, imaginem por onde, caro leitor, pois a situação só piora. Irineu imaginava que, ao inchar o fole, colocaria ar no interior do paciente que, depois, expeliria o ar putrefato e doente curando o paciente. Contudo, entretanto, todavia, e felizmente, nunca conseguiu colocar essa ideia adiante, por falta de voluntários.

Talvez deva ter se inspirado nos cientistas moradores de Lagado, cidade imaginaria existente no Livro de Jonathan Swift intitulado “As Viagens de Gulliver”. 

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Texto sobre foto de homem Descrição gerada automaticamente

Porém, Irineu chegou até mesmo a montar, com o dinheiro de D. Gilma, uma empresa para a execução de seus sonhos, onde os funcionários ficavam a maior parte do tempo sem ter o que fazer, justamente pelas ideias de Irineu não serem exequíveis.

Nada que Irineu inventava funcionava, um fracasso após o outro, e com o passar do tempo D. Gilma começa a passar por dificuldades financeiras, não tendo mais como financiar as propostas de Irineu. Mas nosso herói é brasileiro e não desiste nunca, então resolve procurar patrocino entre os comerciantes locais para sua mais nova proposta, um veículo espacial que rivalizaria, com o de Elon Musk. Para Irineu nada importava: o fato de nada entender de engenharia, nada entender de astrofísica, nada entender de viagens espaciais, nada disso faria Irineu abandonar seus sonhos, o importante era concretizá-los. E sai Irineu a procura de sócios investidores, para essa nova empreitada.

D. Gilma era uma mulher conhecida na cidade, pois no passado tinha sido figura importante e influente, e todos sabiam que Irineu, seu filho, era um sonhador, e cada um contribuía com alguma coisa para Irineu realizar seus sonhos. Na realidade, faziam isso pensando em D. Gilma afinal, apesar da idade avançada e estar tendo dificuldades cognitivas, ainda tinha amigos poderosos. Eles sabiam que Irineu jamais conseguiria tirar um foguete do chão, mas alimentavam o sonho dele com suas contribuições.

Força, Irineu! Nunca desista de seus sonhos, pois se ele acabou na padaria da esquina, procure em outra. Corra atrás de seus sonhos, antes que a padaria feche ou os sonhos acabem.

Sonho de Padaria

A todos os nossos leitores bons sonhos. E obrigado aos que chegaram até aqui.

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Autor

  • Mozart Rosa

    Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966, que testemunhou o desmonte da E.F. Cantagalo e diversas histórias da Ferrovia de Petrópolis. Se formou Engenheiro Mecânico pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral Trilhos do Rio no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de redator do site, assessor de contatos corporativos e diretor-técnico.

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