✍️ Mozart Rosa
📅 03/06/2020
🕚 12h
📷 Capa: Pexels.com
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A história é longa, mas chegamos ao décimo capítulo, o final da nossa saga. Boa leitura a todos e agradecemos por acompanhar até aqui.
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O motivo do fracasso das ferrovias no Brasil (Conclusão)
Esperamos com essa série de artigos esclarecer e desmistificar o que realmente houve com o setor ferroviário brasileiro pós 1930 e principalmente pós 1957, data da criação da RFFSA. Tudo se resumiu a um grandioso desastre gerencial onde alguns homens de visão, mas limitados pela legislação e corporativismo, tentaram dentro de suas limitações resolver o problema que em suma sempre teve como responsável o estado e sua capacidade tentacular de não deixar as coisas funcionarem.
“Ramais deficitários”: erradicar ferrovias por esse motivo não faz sentido, isso nunca existiu. Locomotivas adequadas e eficientes, com menor potência e modernização do traçado, além de outras intervenções, teriam permitido o funcionamento até hoje de muitos ramais extintos sob essa alegação. A entrada do empresariado no setor teria dado dinamismo ao setor.
Enfim, uma série de medidas de liberação econômica que, se fossem postas em prática, possibilitariam ao setor ter ajudado a desenvolver ainda mais o Brasil. Que isso sirva de lição e mostre o quanto é nociva à intromissão do estado na economia.
Imagens raras do trem a caminho de Petrópolis,
extinto com os motivos já apresentados em capítulos anteriores dessa série de artigos
Estudar e entender o que houve com as ferrovias é entender o fracasso do Brasil como nação. A ferrovia foi um microcosmo de um microcosmo chamado Brasil. A história da derrocada do setor ferroviário, se bem estudada, ajuda muito a entender a derrocada do Brasil como nação. Por que não somos grandes? A intromissão do estado na economia é um dos motivos. Mas um estudo mais profundo mostrará diversos exemplos.
Ferrovia é um negócio. É frequente ver uma grande quantidade de pessoas, muitas vezes apenas entendidos ou curiosos, querendo opinar sobre o setor sem considerar esse fator. Se é um negócio, espera-se que aqueles que opinam sobre o setor tenham ao menos durante a sua vida gerado algum emprego. Mas geralmente não é isso que acontece.
O perfil de muitos dos que militam no setor em diversas ONGs ligadas à preservação ferroviária é de:
- Militares aposentados e da ativa.
- Funcionários ativos e aposentados de estatais.
- Ex-funcionários da RFFSA.
- Professores ativos e aposentados.
- Quiçá, nenhum empresário.
Gente que nunca na vida assinou uma carteira de trabalho, isso é sintomático. Esse fato também ajuda a explicar um fracasso tão contundente por gerar informações, interpretações e ações equivocadas. Leiam e releiam toda a saga descrita nas postagens anteriores, pois não foi apenas um trabalho de pesquisa como alguns disseram, mas o descrito foi a história de vida de alguém.
Alguém que acompanhou e participou de vários episódios relatados no decorrer dessa série.
Obrigado pela atenção.
Discurso de Mozart Rosa na abertura da Frente Parlamentar Rio nos Trilhos em outubro de 2019 na ALERJ
Mozart é engenheiro e autor das postagens dessa série sobre o fracasso das Ferrovias
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