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✍️ Mozart Rosa
📅 20/05/2020
🕚 12h00
📷 Capa: Acervo Benício Guimarães, Trem de Dados




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Dando continuidade a uma série de textos de cunho eminentemente técnico, iremos explicar os prováveis motivos da queda do setor na totalidade, ao longo de anos. Tentaremos assim esclarecer diversos pontos que até hoje são debatidos, mas por vezes equivocadamente divulgados e defendidos, e assim demolir uma série de mitos.
Boa leitura a todos.

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A Influência de egressos da RFFSA no futuro do setor ferroviário

Primeiro, entendamos o seguinte: ferrovia normalmente é um negócio. E um negócio tem por premissa gerar lucro. Diferente de rodovias que podem ser pedagiadas ou não, ferrovia praticamente sempre é um negócio. E nesse contexto a RFFSA sempre deu prejuízo.

RFFSA tem Superavit em julho de 1981, mas é melhor ler a matéria completa para entender que não foi bem assim. Jornal do Brasil — 17 de outubro de 1981

Durante a sua existência, a Revista Maiores e Melhores, publicação anual da Revista Exame, sempre listou a RFFSA como:

  • O maior prejuízo;
  • O maior número de funcionários;
  • O maior patrimônio.

Portanto, como achar que alguns profissionais influentes egressos da antiga RFFSA — que não eram cobrados pelo resultado financeiro da empresa, que trabalhavam em um ambiente onde ao final de cada ano se sabia que com prejuízo ou não a empresa continuaria de pé, pagaria seus salários e manteria seus empregos — tenham hoje a necessária visão empresarial de apresentar propostas palpáveis e possíveis para o setor?

Trecho de matéria do Jornal do Commercio do dia 8 de janeiro de 1981

 

Quem, que está lendo esse texto, já não ficou preocupado em perder o emprego pelo fato de a empresa em que trabalha não estar faturando, obtendo lucros ou rendendo o esperado? Isso nunca aconteceu com egressos da RFFSA.

Tribuna da Imprensa — 10 de outubro de 1985

 

Portanto, apesar do enorme conhecimento técnico desse grupo — que pode ser discutível, por existirem casos e casos, pessoas e pessoas — como acreditar que essas pessoas possam apresentar propostas empresariais consistentes para o setor?
Pensem, reflitam e opinem.

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Autor

  • Mozart Rosa

    Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966, que testemunhou o desmonte da E.F. Cantagalo e diversas histórias da Ferrovia de Petrópolis. Se formou Engenheiro Mecânico pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral Trilhos do Rio no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de redator do site, assessor de contatos corporativos e diretor-técnico.

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