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Breve histórico sobre a Estrada de Ferro Botafogo a Angra dos Reis

 




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Com informações de Felippe Ribeiro*
(Texto replicado de postagem publicada em 5 de novembro de 2021 em redes sociais)

Há alguns dias (24 de outubro de 2021) o amigo (coordenador do Departamento de Pesquisas e Projetos Trilhos do Rio) Daddo Moreira postou algumas informações sensacionais da ferrovia citada, como o trajeto e estações, e portanto complemento o texto deste artigo com alguns outros dados que possuímos.
Por muito pouco não tivemos uma ferrovia, em bitola métrica, saindo da antiga praia da Saudade (na região da Avenida Pasteur) em Botafogo, e passando por Copacabana, São Conrado, Jacarepaguá, Guaratiba, Santa Cruz, Itaguaí, Mangaratiba e Angra dos Reis. A ferrovia tinha como objetivos fazer o transporte de mercadorias, passageiros e desenvolver regiões praticamente inabitadas, ou seja, ligar a então zona rural para um conglomerado urbano em desenvolvimento.
Iria possuir 193 quilômetros de extensão e um túnel seria aberto entre Botafogo e Copacabana. Entre o km 0 (Botafogo) e o km 94 (Itaguaí), o raio mínimo de curvatura era de 122 metros, e a rampa máxima de 1,8 metro por km. Do trecho entre Itaguaí e Angra dos Reis, o raio mínimo era de 100 metros e a rampa máxima de 2 metros por km. O trecho total teria 29 pontes, sendo uma de 120 metros sobre o Rio Guandu. As obras seguiram efetivamente entre 1891 e 1894.
A primeira concessão do trecho foi em 1880 para o engenheiro Carlos Alberto Morsing, pelo período de 90 anos, mas alguns motivos não deixaram a obra seguir em frente, como a liberação dada pelo Governo Imperial à algumas linhas de bonde em Copacabana e região, além da linha do Corcovado, inviabilizando naquele momento as obras. Em 1884 o Governo Imperial caducou a concessão de Morsing*.
Em 26 de outubro de 1889 a concessão (privilégio de construção) do trecho foi dada ao João dos Reis de Souza Dantas Sobrinho mas, entretanto, em 28 de fevereiro de 1890 foi autorizada pelo Decreto 236 a transferência da concessão para a Companhia Estrada de Ferro Sapucahy, com o nome de E.F. de Botafogo à Angra dos Reis. Neste retorno da possibilidade de construção da ferrovia, Morsing assumiu o projeto como engenheiro responsável pela construção, e não mais como concessionário. Contudo, neste novo momento os problemas foram outros, como a dificuldade em obter financiamento de terceiros e o famoso imbróglio com a Companhia de Melhoramentos da Lagoa em relação ao 3°anexo/seção dos estudos da linha, pois esta última fazia no período o saneamento da Lagoa Rodrigo de Freitas, e segundo consta, a partir deste segundo problema, a EF Sapucahy desistiu da construção.
Apenas 4.150 metros foram concluídos (preparação do leito, mas sem colocação dos trilhos) em algumas frentes de obras em relação aos primeiros 130.000 metros (130 quilômetros), cujos estudos tinham sido aprovados. Oficialmente, a resposta da EF Sapucahy para os questionamentos do Governo sobre a paralisação das obras a partir de 1894 era de que foram suspensas por motivos de ordem econômica, com isso, a companhia fez inúmeras solicitações até o início dos anos 1900 para a prorrogação do prazo determinado para que as obras fossem concluídas, cujo prazo final foi em 1901. Como as obras não foram reiniciadas no período, houve a caducidade da concessão.
Texto escrito em 5 de novembro de 2021 em horário desconhecido
Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 21h41
Imagem de capa: Daddo Moreira, via Google Earth
*(um livro, com estes e muitos outros detalhes, está sendo elaborado contando sobre a história do engenheiro Carlos Alberto Morsing, tendo a previsão de lançamento para 2025)

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Autor

  • Felippe Ribeiro

    Graduado em Administração - MBA em Logística/Transporte - MBA em Finanças Empresariais - Especialista de Investimentos CEA® Anbima - Graduando em Ciências Contábeis (UFRJ). Experiência de 8 anos como Supervisor de Logística e há 13 anos no mercado financeiro. Membro Trilhos do Rio desde 2017, sua atividade se baseia em debates e pesquisas sobre mobilidade urbana, além do foco em manter viva a preservação da história ferroviária.

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