A 29ª edição do Trem do Samba reuniu milhares de amantes do gênero musical que cantaram e dançaram na tarde do último sábado (7), em um palco montado na Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. O evento, idealizado por Marquinhos de Oswaldo Cruz, celebrou o Dia Nacional do Samba, comemorado na segunda-feira anterior (2).
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A festividade teve início às 15h no Palco Seu Monarco, com a presença de Marquinhos de Oswaldo Cruz e das Velhas Guardas das escolas de samba Império Serrano, Mangueira, Salgueiro e Vila Isabel. Durante o evento, Marquinhos destacou a importância da celebração:
“Foi gratificante comemorar o Dia Nacional do Samba por meio do Trem do Samba, que consolidou essa tradição. Embora não tenha sido pioneiro – já acontecia algo semelhante em Salvador –, foi esse evento que popularizou a prática. Não se tratou apenas de um show, mas de uma celebração cultural. A continuidade por 29 anos na Central foi emocionante, mostrando a luta pela preservação do samba tradicional, um gênero complexo com inúmeros subgêneros. Além disso, foi um momento de união para a cidade, um dia em que o Rio de Janeiro realmente se encontrou.”
Às 18h04, partiu o primeiro trem em direção a Oswaldo Cruz, na Zona Norte, reservado para convidados. Outros quatro trens saíram às 18h24, 18h44, 19h04 e 19h24, levando cerca de 100 mil pessoas ao bairro, conhecido como um dos berços do samba no Rio. Durante o trajeto, rodas de samba animaram as composições até o destino final. Para embarcar, os participantes levaram 1 kg de alimento não perecível, que foi trocado pelo bilhete na Central do Brasil. Quando as passagens específicas se esgotaram, os passageiros utilizaram os trens regulares do dia.
A inspiração do Trem do Samba veio das viagens feitas por Paulo da Portela e outros sambistas no início do século XX. Eles utilizavam o trem das 18h04 para fugir da repressão policial, tradição recriada no evento com a presença de convidados no mesmo horário.
A celebração continuou em Oswaldo Cruz com apresentações em três palcos montados nas ruas do bairro e mais de 20 rodas de samba espalhadas pela região. No Palco Candeia, na Rua João Vicente, destacaram-se Mauro Diniz, Marcelinho Moreira e Toninho Geraes. Já no Palco Tia Doca, na Rua Átila da Silveira, Cassiana Pérola Negra, Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador comandaram o espetáculo. No Palco Manacéia, na Praça Paulo da Portela, Dorina e Mulheres na Roda de Samba, a Velha Guarda da Portela e Pretinho da Serrinha animaram o público.
O bairro também ofereceu rodas de samba em diversas esquinas, incluindo a Roda do Bip Bip, no Bar do Iran, e o Samba da Volta, no Quintal da Pirapora. O grupo Fator Principal agitou o Buraco do Galo, enquanto Analimar, filha de Martinho da Vila, liderou o pagode no Bar do Paulinho.
A edição deste ano trouxe como novidade a parceria com a Embratur, que lançou a rota “Caminhos do Samba”, sob curadoria de Marquinhos de Oswaldo Cruz. O projeto ofereceu um passeio gratuito por dez pontos históricos de Oswaldo Cruz, com audioguias multilíngues e narrativas acessíveis por QR codes. Marcelo Freixo, presidente da Embratur, destacou o potencial turístico da iniciativa:
“Oswaldo Cruz é um museu a céu aberto. Agora, visitantes podem conhecer figuras como Tia Ciata e Tia Doca, e descobrir histórias como a visita de Walt Disney ao bairro, que resultou na criação do Zé Carioca. Isso é Brasil em sua essência.”
A festa terminou com a alegria característica do samba, reafirmando a importância do evento para a cultura carioca e a preservação da memória do gênero musical.
Com informações do Jornal O Dia
Texto escrito em 7 de dezembro de 2024 às 17h38
Última atualização em 7 de dezembro de 2024 às 17h38
Imagem de capa: Reginaldo Pimenta, Jornal O Dia
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