TEORIA NÚMERO 6
“Na época da RFFSA, o patrimônio ferroviário era mantido decentemente.”
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No período de existência da RFFSA, que foi de 1957 até 1998, não existiam telefones celulares com câmeras e nem fotografia digital. Esses equipamentos, além de existirem hoje, são acessíveis à maior parte da população, e na época não existiam nem redes sociais como atualmente.
Hoje, eventos ocorridos em cidades pequenas sem a presença de grandes veículos de comunicação conseguem chegar à maior parte da população, graças às redes sociais e a esses novos aparatos tecnológicos.

As deficiências da RFFSA foram escamoteadas pela ausência de tudo isso. Portanto, passou-se para a população a imagem de boa empresa e boa gestora do patrimônio, o que não era verdade.
Basta ver espalhado pelo Brasil e aqui no estado do Rio de Janeiro um enorme patrimônio ferroviário abandonado que já estava abandonado ou em péssimas condições de manutenção, especialmente os pertencentes à E.F. Leopoldina, bem antes do desmonte da RFFSA.
TEORIA NÚMERO 7
“Esses balanços foram fraudados, você está mentindo a RFFSA não tinha esses prejuízos.”
Sabe aquela frase: “é preferível ser surdo a escutar isso?”
Pois é, a RFFSA era uma S.A. (Sociedade Anônima, a própria sigla já mostra), portanto, pelas leis brasileiras, uma S.A. precisa publicar seu balanço anualmente. Antigamente isso era feito em jornais de grande circulação, mas atualmente basta publicar na Internet.
E com a publicação desses balanços disponíveis para todos, via-se que a RFFSA só apresentava prejuízo.
Existem fraudes em balanços? Sim, existem, mas sempre escondendo o prejuízo e mostrando lucros fictícios, para que diretores ganhem bônus por conta de um lucro fictício. O que aconteceu com as Lojas Americanas é um exemplo. Qual seria o objetivo dos diretores da RFFSA em falsificar os balanços mostrando prejuízo?
Estamos aguardando o autor da frase grifada mais acima explicar isso.
Sobre esses déficits, não conhecemos nenhum defensor da RFFSA que tenha se dado ao trabalho de ler os balanços dela.

Acima uma propaganda da própria RFFSA, provavelmente da década de 1970, falando sobre isso. Já existiam pessoas na empresa preocupadas com isso. Infelizmente, o tempo mostrou que a turma defensora da “tarifa social” foi a vitoriosa.
Quem defende essa teoria nunca na vida leu um balanço, não sabe como as empresas desse porte funcionam e dizem isso para impressionar ou pela total falta de fluência no assunto.
TEORIA NÚMERO 8
“Vamos lutar para reativar o trajeto de ‘X’ para ‘Y’”
Usamos aqui ‘X’ e ‘Y’ apenas como figuras de linguagem; podem ser quaisquer trajetos. O “Barrinha” e diversos outros projetos são alguns exemplos, e pessoas com essas ideias estão espalhadas pelo Brasil: defendem suas propostas a partir de sonhos, principalmente.

Muitas das pessoas que defendem isso são ex-maquinistas e ex-funcionários da RFFSA, que, por terem trabalhado naquela empresa, avocam para si um conhecimento que não detêm. Afinal, sendo a ferrovia um negócio que deve apresentar lucro, o que essas pessoas podem conhecer, sendo a RFFSA uma empresa que nunca deu lucro?
Na maioria das vezes, essas pessoas:
- Não têm experiência empresarial;
- São entusiastas do setor;
- Em sua maioria, além de ex-funcionários da RFFSA, são funcionários públicos, muitos aposentados, mas com a certeza de que o salário será pago no final do mês pelo governo.
- Quando ativos, tinham a certeza de que nunca seriam demitidos.
- Como atualmente costumam ter algum tempo ocioso, têm muitas ideias, mas muitas vezes mirabolantes ou inconsistentes;
- Não têm nenhum conhecimento da demanda das estações do trajeto que propõem reativar, nem sabem fazer esse cálculo;
- Não têm nenhum conhecimento dos custos do que estão propondo;
- Não apresentam estudos sobre os equipamentos a serem usados e o custo disso;
- Baseiam-se nos equipamentos usados no passado, parte da causa dos prejuízos da RFFSA;
- Ignoram a existência dos veículos produzidos pela Marcopolo e (atualmente falida) Bom Sinal, mais adequados aos dias atuais.
Querem reativar trechos visando turismo, mas nunca na vida operaram um hotel ou qualquer atrativo turístico, e normalmente não têm nenhuma experiência no setor. Portanto, como podem propor algo que desconhecem?
Nunca dizem quem vai pagar a conta ou quem vai operar o trajeto que propõem, mas geralmente querem que o governo pague essa conta, ou seja, nós pagaremos para que eles realizem seus sonhos. É justo?
Claro que estes sonhos não deixam de ser também nossos sonhos. Mas não se deve criar um pesadelo, pensando ser um sonho, a partir de devaneios, e provavelmente é isso que vai acontecer.
Aqui encerramos a primeira parte deste artigo. Agradecemos a todos que chegaram até aqui, e aguardem a segunda parte desta série, muita informação ainda vem por aí!
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Até a próxima!
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