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✍️ Mozart Rosa
📅 18/07/2020
🕚 13h00
📷 Locomotiva Baronesa e trem da EF Mauá nas Oficinas do Engenho de Dentro.

 




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Oficinas do Trajano (Trajano de Medeiros) – A Torre Eiffel do Subúrbio no Engenho de Dentro.

Para encerrar essa série de histórias desconhecidas das ferrovias, vamos contar mais uma bem escabrosa, para aqueles que ainda defendem com unhas e dentes a RFFSA, entenderem o tipo de empresa que defendem.

Em 1922, realiza-se no Brasil, no Rio de Janeiro, a exposição em comemoração ao centenário da nossa independência. Segundo alguns, foi a maior exposição internacional realizada até hoje em terras brasileiras.

Duas fotos noturnas raras mostram parte do esplendor da Exposição do Centenário da Independência em 1922. Fotos: Jorge Kfuri (embarcações iluminadas) / Photo Bippus Rio (Pavilhões) (Brasiliana Fotográfica)

 

Gustave Eiffel, que construiu a Torre de Paris que leva seu nome e que construiu também a Estátua da Liberdade – um presente dos franceses para os Estados Unidos – construiu em estrutura metálica, com o mesmo aço usado na construção da Torre Eiffel, um galpão montado nessa exposição. Com o final da exposição, esta estrutura foi desmontada e montada nas oficinas Trajano de Medeiros da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) no Engenho de Dentro.

Pavilhão Francês montado durante a exposição de 1922. Foto: Thiele & Kollien (Brasiliana Fotográfica)

 

Durante anos, esse galpão ficou lá sendo usado para a manutenção de veículos da Estrada de Ferro Rio D’Ouro até que, provavelmente no início da década de 1980, seu valor histórico foi descoberto e reconhecido.

Só para reforçar: seria o ÚNICO exemplar fora da França de um galpão construído com esse aço.

Cesar Maia, ex-Prefeito do Rio, resolve construir o Engenhão e muda toda a dinâmica de ocupação daquela região, iniciando um processo de recuperação do local, já em fase de degradação por conta do abandono de toda a área ferroviária com a extinção da RFFSA.

Jornal do Brasil, 25/07/1996 Fonte: Biblioteca Nacional.

 

Que fique claro aqui que não somos advogados de defesa de ninguém, mas existem documentos com a assinatura do, então, prefeito Cesar Maia solicitando aos órgãos da Prefeitura que assumissem a guarda desse galpão quando fosse desmontado. Inclusive, em um documento a que o autor desse texto teve acesso, foi solicitado ao Instituto Pereira Passos, com sede na Rua Gago Coutinho, n.º 52, que ele se responsabilizasse pela guarda desse galpão quando o mesmo fosse desmontado.

Jornal do Brasil, 25/07/1996.Fonte: Biblioteca Nacional.

 

Acontece que, MISTERIOSAMENTE, o galpão, quando ainda sob a responsabilidade de funcionários da RFFSA, DESAPARECEU.

Portanto, creditar ao ex-Prefeito qualquer responsabilidade no desaparecimento desse galpão é agir de má-fé.

VEJA TAMBÉM  A obscura Parada km 10 da EF Leopoldina

Esses ex-funcionários da RFFSA poderiam explicar como, de um dia para o outro, um galpão desmontado e com enorme valor histórico, único no mundo, desapareceu?

Jornal do Brasil, 25/07/1996. Fonte: Biblioteca Nacional.

 

Encerramos aqui esse pequeno texto sobre histórias pouco conhecidas das ferrovias. Esperamos com isso levar luz aos nossos leitores sobre alguns assuntos, destruindo alguns mitos.

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Agradecemos a leitura. Até a próxima!

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Autor

  • Mozart Rosa

    Iniciou sua carreira profissional em 1978 trabalhando com um engenheiro que foi estagiário da RFFSA entre 1965 e 1966, que testemunhou o desmonte da E.F. Cantagalo e diversas histórias da Ferrovia de Petrópolis. Se formou Engenheiro Mecânico pela Faculdade Souza Marques em 1992, foi secretário-geral Trilhos do Rio no mandato 2017-2020 e atualmente ocupa o cargo de redator do site, assessor de contatos corporativos e diretor-técnico.

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