✍️ Mozart Rosa
📅 18/07/2020
🕚 13h00
📷 Locomotiva Baronesa e trem da EF Mauá nas Oficinas do Engenho de Dentro.
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Oficinas do Trajano (Trajano de Medeiros) – A Torre Eiffel do Subúrbio no Engenho de Dentro.
Para encerrar essa série de histórias desconhecidas das ferrovias, vamos contar mais uma bem escabrosa, para aqueles que ainda defendem com unhas e dentes a RFFSA, entenderem o tipo de empresa que defendem.
Em 1922, realiza-se no Brasil, no Rio de Janeiro, a exposição em comemoração ao centenário da nossa independência. Segundo alguns, foi a maior exposição internacional realizada até hoje em terras brasileiras.

Gustave Eiffel, que construiu a Torre de Paris que leva seu nome e que construiu também a Estátua da Liberdade – um presente dos franceses para os Estados Unidos – construiu em estrutura metálica, com o mesmo aço usado na construção da Torre Eiffel, um galpão montado nessa exposição. Com o final da exposição, esta estrutura foi desmontada e montada nas oficinas Trajano de Medeiros da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) no Engenho de Dentro.

Durante anos, esse galpão ficou lá sendo usado para a manutenção de veículos da Estrada de Ferro Rio D’Ouro até que, provavelmente no início da década de 1980, seu valor histórico foi descoberto e reconhecido.
Só para reforçar: seria o ÚNICO exemplar fora da França de um galpão construído com esse aço.
Cesar Maia, ex-Prefeito do Rio, resolve construir o Engenhão e muda toda a dinâmica de ocupação daquela região, iniciando um processo de recuperação do local, já em fase de degradação por conta do abandono de toda a área ferroviária com a extinção da RFFSA.

Que fique claro aqui que não somos advogados de defesa de ninguém, mas existem documentos com a assinatura do, então, prefeito Cesar Maia solicitando aos órgãos da Prefeitura que assumissem a guarda desse galpão quando fosse desmontado. Inclusive, em um documento a que o autor desse texto teve acesso, foi solicitado ao Instituto Pereira Passos, com sede na Rua Gago Coutinho, n.º 52, que ele se responsabilizasse pela guarda desse galpão quando o mesmo fosse desmontado.

Acontece que, MISTERIOSAMENTE, o galpão, quando ainda sob a responsabilidade de funcionários da RFFSA, DESAPARECEU.
Portanto, creditar ao ex-Prefeito qualquer responsabilidade no desaparecimento desse galpão é agir de má-fé.
Esses ex-funcionários da RFFSA poderiam explicar como, de um dia para o outro, um galpão desmontado e com enorme valor histórico, único no mundo, desapareceu?

Encerramos aqui esse pequeno texto sobre histórias pouco conhecidas das ferrovias. Esperamos com isso levar luz aos nossos leitores sobre alguns assuntos, destruindo alguns mitos.
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Agradecemos a leitura. Até a próxima!
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