✍️ Redação Trilhos do Rio
📅 15/03/2025
🕚 12h06
📷 Daddo Moreira/Trilhos do Rio, 2017
Em um cenário de negociações tensas e expectativas frustradas, o futuro da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) paira sobre um abismo de incertezas. Na quinta-feira (13), Marcus Cavalcanti, o porta-voz do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), expressou publicamente a insatisfação do governo federal com a proposta apresentada pela VLI Logística para a renovação da concessão.
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O contrato da FCA, que se aproxima do seu término em agosto de 2026, tem sido o epicentro de debates acalorados que se estendem por administrações anteriores. A proposta em questão, que busca estender a concessão por mais três décadas em troca de novos investimentos, não atendeu às expectativas do governo. “As propostas apresentadas pelo concessionário não se traduzem em benefícios tangíveis para o interesse público”, declarou Cavalcanti, evidenciando a crescente distância entre as partes.
O PPI, em colaboração com o Ministério dos Transportes, tem se dedicado a analisar minuciosamente as propostas, mas a recusa em aceitar a devolução de 2 mil quilômetros de ferrovias em troca da renovação de trechos considerados mais lucrativos pela empresa indica uma firmeza do governo em não ceder a acordos que não beneficiem o país como um todo.
Diante do impasse, a Infra SA, entidade estatal ligada ao Ministério dos Transportes, intensificou os estudos para uma possível relicitação da malha ferroviária, um movimento inédito no setor. Enquanto outras grandes ferrovias, como a Malha Paulista e a Estrada de Ferro Carajás, tiveram suas concessões renovadas, a FCA se encontra em um limbo, com a ameaça de uma nova licitação pairando sobre seu futuro.
A malha da FCA, que se estende por 7,2 mil quilômetros e atravessa sete estados e o Distrito Federal, é um pilar crucial para o escoamento da produção de setores como mineração, agronegócio e indústria. No entanto, a insatisfação de alguns estados com as contrapartidas oferecidas pela concessionária e a crescente possibilidade de relicitação lançam uma sombra de incerteza sobre o futuro da ferrovia.
Com a recente aquisição de ações da japonesa Mitsui pela gestora canadense Brookfield, a VLI, controladora da FCA, agora tem uma nova composição acionária, com a Brookfield detendo a maior participação. No entanto, a mudança na estrutura societária não parece ter alterado o impasse nas negociações com o governo.
A declaração de Cavalcanti ecoa as palavras do ministro dos Transportes, Renan Filho, que já havia mencionado a possibilidade de relicitação da FCA. A decisão final sobre o futuro da ferrovia permanece incerta, mas a mensagem do governo é clara: novas propostas são necessárias para garantir a renovação da concessão e evitar uma nova licitação.
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